Hoje pensei em postar o primeiro texto que fiz após Arthur ter falecido. Ele foi escrito para um site do qual eu faço parte e acompanhávamos o desenvolvimento dos nossos bebês.
O texto é um pouco longo, mas foi o meu desabafo:
"Faço parte deste
grupo desde que descobri que estava grávida, em novembro de 2012, e de lá pra
cá acompanhei junto com vocês a evolução da gravidez e curti cada segundo dela.
A minha DPP era para o dia 2 de junho, mas meu Arthur não quis vir naquele domingo.
Como a minha ideia inicial era o parto natural, fazia o acompanhamento diário
da dilatação e batidas do coração dele para que nada saísse do controle. No dia
06 de junho fui ao hospital para realizar uma ecografia de acompanhamento, para
minha surpresa o índice de líquido amniótico estava em 2,4cm - valor muito
abaixo do esperado, o que fez com que a médica me encaminhasse urgentemente
para um parto cesáreo que aconteceu naquele mesmo dia. O Arthur nasceu às
20:50h com 2.970 Kg e 47 cm; a nota Apgar dele foi 9/9 (ótima) e ele mamou na
primeira hora de vida. Três dias depois recebemos a alta médica e fomos para
casa. No quarto dia de vida ele tomou a bcg e no sexto dia foi consultado pela
pediatra - ele estava ótimo. De lá pra cá ele engordou quase 1,5Kg e cresceu
bastante. Mas na última quinta-feira (dia 27/06) após a sua mamada das 5 da
manhã, eu notei que ele gemia um pouco e peguei-o no colo para acalentá-lo.
Enquanto estava no meu colo notei que seu corpinho estava esquentando e peguei
o termômetro para medir a temperatura que estava a 38ºC. Imediatamente o
levamos à UPA e o pediatra receitou paracetamol e banho para baixar a febre
para examiná-lo. Quando voltei do banho com ele já havia outro pediatra que
pediu um exame de sangue e mandou-nos para casa até que o resultado saísse. Mas
antes do tempo pedido pelo médico (4 horas) nós voltamos, pois a febre havia
voltado também. Enquanto eu esperava para ser atendida a febre dele cedeu e ao
examiná-lo e olhar o resultado do exame o médico me disse que não havia nada
para me preocupar, pois não passavam de cólicas e me mandou para casa com ele.
O Arthur passou o dia gemendo e nós fizemos tudo que as pessoas falavam para
fazer para amenizar a cólica. Quando foi a noite depois da mamada, ele vomitou
o leite e começou a ficar roxinho. Voltamos correndo para a UPA (pois era
o lugar mais perto) e ele foi internado. Colocaram oxigênio e começaram a tirar
sangue para uma série de exames, fizemos raio X também. Às 3:30h da manhã ele
foi transferido para o hospital e foi direto para a UTI, ele tinha dificuldades
para respirar e foi sedado para fazer novo exames, inclusive o da meningite. Às
6:30h da manhã quando a sedação estava passando eu pude chamá-lo e ver pela
última vez aqueles olhinhos lindos me olhando, pois a enfermeira pediu que eu
fosse tomar café. Quando eu estava saindo liguei para minha mãe e pedi que
orasse por ele e voltei para vê-lo. Assim que voltei não pude mais entrar por
que ele tinha tido a primeira parada cardíaca e estavam tentando reanimá-lo. Liguei
para o meu marido e falei que nosso bebê estava mal e ele me disse que todos já
estavam chegando ao hospital. Meu marido, meu pai e minha mãe subiram para a
uti e ele já estava entubado, respirando por aparelhos e tomando sangue. Às
10:08h da manhã de sexta-feira meu lindo Arthur foi dado como morto por causa
de uma sepse grave, choque séptico e hemorragia pulmonar. Passei com ele os 22
dias mais felizes da minha vida, meu coração está dilacerado, mas tenho certeza
ABSOLUTA que ele está no Céu com o Pai Celestial e que eu e minha família, por
ele também, reconstruiremos nossas vidas com a bela lembrança que ele nos
deixou... Obrigada por lerem minhas palavras..."
Amiga, eu sempre me emociono nesse blog! É incrível ver como você está se superando a cada dia! Falar de algo que machuca tanto, é um sinal claro de força!
ResponderExcluirUm beijo no seu coração!
Obrigada... As suas palavras me ajudam...
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