quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Como explicar?

Oi gente...
Faz tempo que não passo por aqui... Com tantas coisas acontecendo, confesso que fiquei receosa em postar algo...

O relacionamento com Deus é realmente "de outro mundo".
Desde a morte do Arthur - sim, falarei da morte dele hoje também - experimentei tantos sentimentos em tão pouco tempo que me senti esgotada e sem forças. Muitas vezes pensei que a agonia que sentia no coração nunca fosse sair de mim.
Confesso que não foi só uma vez que me senti responsável por perdê-lo e a culpa me consumia. Ouvir das pessoas o que elas fariam se estivessem em meu lugar, nunca ajudou em nada... muito pelo contrário, sempre aumentou o meu sentimento de culpa. Depois da morte, não há nada o que fazer, portanto, nada do que falassem: se, se, se... trariam meu filho de volta.
E é nesse exato momento que Deus entra ( no sentido de modificar) nessa história.
Minha família toda tentou - cada um a sua maneira - me ajudar... Mas não foi suficiente para tirar minha tristeza e meu sentimento de culpa... Por isso, comecei a lutar comigo mesma nos dias em que estava sozinha em casa... Como orar se sentia tanta tristeza? Minhas orações começaram então a ser só em lágrimas, dores e pedidos de socorro ao único que poderia me escutar. Sozinha em casa, chegava a passar horas a fio chorando e pedindo a Deus que me tirasse a culpa que me consumia... Escutar música? Era certeza de choros compulsivos e quase infindos. Até hoje carrego em meus olhos as olheiras das lágrimas que produzi...
Encontrei então a minha Bíblia, sempre aconselhei as pessoas a ler a Palavra de Deus e encontrar nela conforto e consolo, mas EU, eu tinha esquecido disso. No momento que mais precisei, me afastei, desacreditei e me magoei... Sempre "fiz tudo tão certo" e as piores coisas só acontecem comigo?? Eu pensei assim...
Esqueci que não sou ninguém se Deus não estiver comigo... Lentamente comecei a catar meus pedaços, envergonhada por achar que merecia alguma coisa e envergonhada ainda mais por cogitar que Deus teria sido injusto comigo... "Logo eu", "Logo eu", assim eu pensava...
O exercício da humildade é mais complicado do que a gente imagina... Com o passar do tempo temos a tendência de nos achar superiores, merecedores e sempre certos... O Arthur foi o melhor presente que Deus me deu e hoje eu sei, eu não o merecia, eu nunca o mereci... Ele foi uma criança perfeita que me mostrou mesmo depois de sua morte que Deus é o Deus da graça, do favor, da misericórdia e do amor.
As marcas que Deus permitiu que se fizessem em mim, estão aqui só pra glória d'Ele. Eu nada tenho de meu, para minha própria glória... Aprendi que sou abençoada a medida que me coloco a disposição de Deus para ser e fazer o que Ele deseja.
Meu filho morreu, meu coração ainda sente tanto, mas me sinto tão feliz por ter descoberto que o que eu mais preciso para ser feliz eu já tenho: A alegria da minha salvação... Nunca mais serei a mesma, meus sentimentos ainda são até certo ponto conflitantes, mas meu coração está firme no Deus da minha salvação, no Dono do meu coração...
E quando eu me coloquei na dependência d'Ele, estreitei meu relacionamento com o Pai (Ah, quantos momentos lindos tenho passado com Deus), Ele me abençoou novamente e me presenteou mais uma vez...
Eu ainda estou sem acreditar e choro ainda por não ter como agradecer... Como explicar? Milagre de Deus... Não tenho facilidade para engravidar, foi o que a médica me disse ontem, mas meu mais novo bebê já está com 6 semanas e 6 dias...
"Já é tempo de cantar"... A noite fria e escura já passou... Me ajude a agradecer...